A busca pela água mais salgada do planeta nos leva a uma descoberta fascinante em uma pequena lagoa no norte da Etiópia. Esta história começa com a aventura de Eduardo Perez, que, durante suas férias, coletou uma amostra de água de uma lagoa recém-formada na Depressão de Danakil, uma região notável por sua intensa atividade sísmica e vulcânica.
A Depressão de Danakil, situada na parte norte da Etiópia, perto do equador, é uma área que se encontra bem abaixo do nível do mar, fazendo parte do Vale do Rift. Em 2005, após um terremoto, testemunhou-se o surgimento de uma nova lagoa, conhecida como Gaet’ale. O que torna essa lagoa particularmente extraordinária é a temperatura extremamente alta da água, que alcança 60 graus Celsius, uma condição propiciada por uma fonte termal que atravessa as rochas vulcânicas da região.
Além do calor, a água da lagoa Gaet’ale possui uma concentração salina surpreendente, sendo composta por uma mistura de cloretos de cálcio e magnésio. A salinidade é tão elevada que a água está saturada, com 43,3% de sólidos dissolvidos por peso. Isso significa que, em um litro de água, há 433 gramas de sólidos dissolvidos, quase metade do peso da água.
A análise química realizada por Perez revelou que essa lagoa abriga a água mais salgada já descoberta, um feito que garantiu um lugar no Guinness World Records. Uma curiosidade notável é a precipitação de sais à temperatura ambiente, evidenciada por cristais no fundo da amostra. Esse fenômeno ocorre porque os sais dissolvem mais facilmente em água quente do que em água fria..
Além da sua notável salinidade, a água da lagoa apresenta uma coloração amarela distintiva, atribuída a traços de ferro III, que, na presença de altas concentrações de cloreto, forma uma cor amarela forte.
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