Autor: Luís Roberto Brudna Holzle

Como uma explosão pode gravar uma moeda em metal?

Em um dos vídeos do canal Periodic Videos, produzido pela Universidade de Nottingham e apresentado pelo professor Martyn Poliakoff, é demonstrado um experimento químico tradicional que une ciência, história e um toque de espetáculo.

O experimento consiste em utilizar uma pequena quantidade de um explosivo altamente sensível, formado por fósforo branco e clorato de potássio, colocado sobre uma placa de metal. Sob essa placa, posiciona-se uma moeda, apoiada sobre um tijolo. A ignição da mistura, realizada por calor, provoca uma detonação tão rápida e intensa que a pressão gerada é capaz de deformar a placa metálica, imprimindo nela a imagem da moeda — como se fosse um carimbo moldado pela explosão.

O vídeo apresenta registros históricos da realização desse experimento e, em seguida, propõe uma adaptação utilizando a nova moeda britânica de £1, que é bimetálica, composta por um anel externo e um núcleo central. Para acomodar essa estrutura, a moeda é posicionada sobre uma arruela metálica, de forma que apenas sua borda externa tenha contato com a base de apoio.

Quando a explosão ocorre: A pressão intensa impulsiona a placa metálica para baixo. Como o centro da moeda está suspenso, sem apoio direto, ele se separa do anel externo com o impacto da explosão. Ainda assim, a imagem do núcleo da moeda permanece gravada na placa metálica.

É importante destacar que esse experimento foi conduzido sob condições rigorosamente controladas. O manuseio do explosivo foi realizado por Jim Gamble, um profissional licenciado e altamente capacitado. Além disso, embora a destruição de moedas seja, em geral, proibida por lei, neste caso a prática foi autorizada em função de seu valor científico e educacional.

Vídeo com legenda em português. Ative a exibição da legenda pelo YouTube.

Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

A química por trás das notas de 5 libras

No vídeo, o carismático professor Martyn Poliakoff apresenta as novas cédulas de 5 libras esterlinas, feitas de plástico. O Banco da Inglaterra afirma que elas são altamente resistentes — mas será que isso é mesmo verdade? Poliakoff, com seu olhar científico, decide testar essa promessa de um jeito nada convencional.

Primeiro, a nota é mergulhada em nitrogênio líquido, que a deixa extremamente frágil. Seu colega, Neil, usa um martelo para quebrá-la — e consegue. Ou seja, sob frio extremo, o plástico também pode se partir.

Mas Neil vai além. Ele realiza um teste químico usando ácido nítrico fumegante, altamente corrosivo. Eles colocam, em frascos separados, uma nota plástica nova e uma de papel antiga.

O resultado é curioso. A nota plástica perde rapidamente a tinta. Depois de lavada, sobra apenas uma folha transparente de polipropileno — o material-base. Já a nota de papel reage de forma diferente: a tinta se mantém, mas o ácido transforma a celulose, deixando a nota mais pesada.

Depois, vem a prova com fogo. A nota comum queima devagar. A nitrada, porém, pega fogo num clarão e desaparece — como papel flash, usado por mágicos.

No fim, os cientistas explicam que os testes foram feitos por curiosidade e que doaram o valor das notas destruídas para a caridade.

O experimento vai além da comparação entre papel e plástico: mostra como a ciência revela o inesperado no que parece comum.

Vídeo com legenda em português. Ative a exibição da legenda pelo YouTube.

Veja também

Queimando dinheiro (ou quase)

Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

1-octen-3-ol: Aroma de Cogumelo e Desafios da Química Orgânica

Este vídeo apresenta a síntese do 1-octen-3-ol, composto conhecido pelo aroma de cogumelo e por atuar como atrativo químico para insetos que picam, como mosquitos. Naturalmente presente no suor e na respiração humana, é de interesse em estudos sobre comportamento de insetos.

Após uma rota inicial ter falhado, adotou-se uma abordagem em duas etapas: reação de Aldol seguida por redução do tipo Meerwein–Ponndorf–Verley (MPV).

Na primeira etapa, a 2-heptanona reage com formaldeído na presença de hidróxido de sódio em meio aquoso. O intermediário formado, um beta-hidroxi aldeído, sofre desidratação sob aquecimento, produzindo 1-octen-3-ona. O produto bruto é extraído com tolueno, seco com sulfato de magnésio anidro e filtrado. A purificação por destilação a vácuo resulta em rendimento muito baixo, cerca de 2%.

Na etapa seguinte, a 1-octen-3-ona é reduzida a 1-octen-3-ol usando isopropóxido de alumínio em isopropanol anidro. A reação ocorre em sistema de destilação fracionada, permitindo a remoção contínua da acetona, o que desloca o equilíbrio em favor do produto.

Apesar do esforço, o teste informal com o 1-octen-3-ol não demonstrou atração significativa de insetos. Para concluir, o narrador observa, com certo desapontamento, que o composto poderia ter sido comprado por um custo menor que o dos reagentes utilizados.

Vídeo com legenda em português. Ative a exibição da legenda pelo YouTube.

Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

O que acontece quando passamos corrente elétrica em um pepino?

Já imaginou um pepino brilhando no escuro como uma lâmpada de rua? Parece ficção científica, mas é exatamente o que acontece em um experimento tão curioso quanto perigoso.

Tudo começa com um pepino em conserva, retirado do frasco e perfurado com dois garfos de metal — um em cada extremidade. Esses garfos são ligados a uma fonte de alta tensão elétrica, controlada por um transformador.

Ao ligar a eletricidade, a corrente passa pelo pepino. Como ele está cheio de salmoura — água com sal, rica em íons como sódio (Na⁺) e cloreto (Cl⁻) —, conduz eletricidade. Mas oferece resistência, o que gera calor (efeito Joule). Esse calor excita os íons de sódio, que, ao voltarem ao seu estado normal, emitem uma luz amarela-alaranjada, como a das antigas lâmpadas de rua.

No vídeo do experimento, uma das extremidades do pepino brilha intensamente. Como a corrente usada é alternada (AC), a polaridade muda 50 ou 60 vezes por segundo, fazendo a luz piscar e, às vezes, alternar de lado.

Usando uma câmera térmica, os pesquisadores mostram que a região brilhante aquece mais. Quando fazem um corte no meio do pepino, percebem que essa parte aquece ainda mais — o entalhe aumenta a resistência.

Mas atenção: esse é um experimento extremamente perigoso. Mexer com alta tensão elétrica exige conhecimento e equipamentos adequados. No fim do vídeo, o professor Martyn Poliakoff ainda prova um pedaço do pepino queimado — um lanche no mínimo… estranho.

A experiência mostra, de forma curiosa, como soluções salinas conduzem eletricidade, como o calor se forma por resistência e como a luz pode ser emitida por íons excitados.

Vídeo com legenda em português. Ative a exibição da legenda pelo YouTube.

Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

Teste químico para identificação de prata com dicromato em meio ácido

Este vídeo do canal NurdRage apresenta um procedimento químico para verificar a autenticidade de objetos de prata utilizando uma solução reagente específica.

A preparação da solução envolve a dissolução de um sal de dicromato, como o dicromato de potássio (K₂Cr₂O₇), em água, seguida da adição de ácido nítrico concentrado. A solução resultante contém íons dicromato em meio fortemente ácido, condição necessária para a reação desejada. É enfatizada a necessidade de rigorosos cuidados de segurança durante o manuseio dos reagentes, devido ao caráter corrosivo do ácido nítrico e à toxicidade e carcinogenicidade dos compostos cromados.

O teste é realizado aplicando-se uma gota da solução sobre a superfície metálica a ser analisada. Quando o objeto é composto de prata verdadeira, ocorre uma reação de oxirredução que leva à formação de um precipitado de cor vermelho-vivo, característico do dicromato de prata (Ag₂Cr₂O₇). A presença dessa coloração confirma a presença de prata metálica.

O vídeo também explora as reações (ou ausência delas) da solução com outros metais, como alumínio, zinco, ferro/aço e platina. Observa-se que:

  • Alumínio e platina não reagem visivelmente com a solução.
  • Zinco reage vigorosamente, gerando uma coloração esverdeada.
  • Ferro ou aço reagem formando coloração marrom-amarelada.

Essas observações auxiliam na diferenciação entre metais visualmente semelhantes, mas com composições distintas.

Por fim, o vídeo ressalta que a aplicação da solução pode provocar leve corrosão ou alteração na superfície do metal testado. Recomenda-se, portanto, que o teste seja realizado em áreas pouco visíveis ou em amostras de referência, a fim de garantir a interpretação adequada dos resultados e minimizar possíveis danos ao material.

Vídeo com legenda em português – ative a exibição da legenda pelo YouTube

Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

Destruindo um HD com química

Já pensou em garantir que os dados de um HD antigo sumam de vez? O canal NurdRage mostrou um jeito bem radical de fazer isso: usando ácidos fortes para corroer o disco rígido até ele desaparecer.

1. Ácido clorídrico em ação

O HD, com a tampa removida, é submerso em água e depois em ácido clorídrico (ou muriático). A reação com o alumínio da carcaça e outras partes metálicas libera gás hidrogênio. A equação:
6HCl + 2Al → 3H₂ + 2AlCl₃

Em cerca de duas horas, a maior parte do HD é corroída – carcaça, motor e componentes somem. Mas o prato onde os dados ficam ainda resiste.

2. O prato não se entrega fácil

Esse disco é feito de alumínio (ou vidro/cerâmica) e coberto com uma liga magnética de metais como ferro, cobalto, níquel e, às vezes, platina ou rutênio. Essa camada é resistente ao ácido clorídrico, então os dados continuam lá.

3. Água régia: a solução final

Para atacar o prato, o experimento continua com ácido nítrico, que dissolve o revestimento magnético (a solução fica verde), mas o disco de alumínio resiste devido à passivação – formação de uma camada protetora.

A saída é misturar ácido clorídrico com nítrico, formando a água régia, uma mistura extremamente corrosiva. Ela ataca o prato com violência, liberando vapores tóxicos (como dióxido de nitrogênio) e destruindo completamente o disco.

Conclusão: destruição total, com cuidado

O vídeo mostra que o ácido clorídrico sozinho não basta. Só a água régia garante a destruição dos dados no prato. Mas atenção: o processo envolve ácidos perigosos e gases tóxicos. É essencial usar luvas, óculos e trabalhar numa capela de exaustão.

Vídeo com legenda em português – ative a legenda pelo YouTube

Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.