Categoria: Físico-química

Água pesada em ação: Vídeo de experimentos, história e curiosidades

A água pesada (D₂O), ou óxido de deutério, chama a atenção por suas propriedades químicas e físicas singulares. O vídeo inicia lembrando que a água cotidiana, chamada de H₂O, inclui quantidades mínimas de deutério (²H), um isótopo estável, enquanto o trítio (³H) é radioativo e está presente em proporção ainda menor. A radiação beta do trítio exemplifica-se em chaveiros que brilham sem precisar de fonte externa de luz.

O foco recai sobre o deutério, cuja concentração na água comum é de aproximadamente 0,0156%. Isso significa que até mesmo o corpo humano contém vestígios de D₂O. O vídeo ilustra diferenças cruciais entre água pesada e água normal, ainda que ambas pareçam idênticas a olho nu. A D₂O é cerca de 10,6% mais densa, percepção reforçada ao comparar a massa de volumes iguais (50 ml de D₂O ~55 g versus ~49,8 g de H₂O). E um cubo de gelo de D₂O afunda em água comum, enquanto o de H₂O flutua. A viscosidade da D₂O também se mostra maior, notável ao agitar cada líquido num copo.

O ponto de fusão do D₂O (3,82 °C) é superior ao 0 °C da H₂O, evidenciado quando um cubo de gelo feito de D₂O (azul) congela ao encostar no cubo de H₂O (vermelho), pois este está mais frio. O ponto de ebulição da água pesada (101,4 °C) também é levemente mais alto que o da água leve (100 °C).

Em seguida, o apresentador produz gás deutério (D₂) reagindo água pesada com cálcio metálico, recolhendo e secando o gás com sílica gel. Ao ser queimado, o D₂ apresenta uma chama semelhante à do H₂, porém ligeiramente mais avermelhada e menos energética, ainda assim capaz de derreter vidro. Essa menor entalpia de formação deve-se ao fato de a ligação D–O requerer menos energia que a H–O, levando a menor calor de combustão.

Outra reação demonstrada é a produção de acetileno deuterado (C₂D₂), ao combinar carboneto de cálcio (CaC₂) e água pesada. Comparando o C₂D₂ e o acetileno comum (C₂H₂) em permanganato de potássio (KMnO₄), nota-se que a solução se descolore mais lentamente quando há deutério, ilustrando o efeito isotópico cinético, pois a ligação carbono-deutério (C–D) é mais forte que carbono-hidrogênio (C–H). Já na combustão, a chama do C₂D₂ é menos fuliginosa e mais curta, mostrando novamente essa diferença energética.

Historicamente, o vídeo menciona o interesse do regime nazista pela água pesada durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente na Noruega ocupada, e os atos de sabotagem que frustraram a produção de D₂O para um suposto programa nuclear. Também se destacam reatores nucleares, como o modelo CANDU, que emprega água pesada como moderador, possibilitando o uso de urânio natural devido à menor absorção de nêutrons em comparação à água leve.

Ao fim, o apresentador prova uma pequena quantidade de água pesada, descrevendo um sabor levemente adocicado, embora atribua parte da sensação ao recipiente de plástico. Não há consenso científico quanto à doçura do D₂O, mas discute-se que a molécula maior possa interagir de modo distinto com receptores gustativos. Em todas as etapas, ressalta-se o perigo dessas experiências, especialmente a ingestão de água pesada, que não deve ser replicada em casa.

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Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

Espetáculo de fogo: Descobrindo a reação de termita

O vídeo “Flaming Pumpkins”, produzido pelo Ri Channel (The Royal Institution), apresenta uma experiência científica inspirada no Halloween.

Também destaca que a termite exige uma temperatura altíssima para iniciar sua combustão, razão pela qual utiliza uma fita de magnésio acesa com maçarico na abertura da abóbora superior. Em seguida, ocorre uma chuva intensa de faíscas e chamas, liberando calor em torno de 2000°C, suficiente para fundir o ferro produzido. O metal incandescente escoa pela “boca” da abóbora de cima, caindo sobre a de baixo.

O apresentador explica que o alumínio reage com o óxido de ferro, gerando óxido de alumínio e ferro metálico, liberando grande quantidade de energia. Para comprovar a formação de ferro, utiliza um ímã, mostrando que os fragmentos resultantes são realmente magnéticos.

A demonstração não para por aí: dentro da abóbora inferior, há algodão-pólvora (nitrocelulose). Assim que o ferro incandescente entra em contato com esse composto, ocorre ignição imediata, resultando em uma grande bola de fogo que irrompe da abóbora. As imagens em câmera lenta enfatizam cada detalhe das faíscas, chamas e do metal derretido.

Com esse espetáculo de luz e calor, o vídeo combina princípios de química à atmosfera do Halloween, tornando o aprendizado envolvente e divertido. Ao final, o apresentador deseja um Feliz Halloween, encerrando o experimento de forma festiva e educativa.

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Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

Vídeo – Entendendo a Segunda Lei da Termodinâmica

No vídeo do canal Sixty Symbols, um físico apresenta de forma clara e visual as Leis da Termodinâmica — com ênfase especial na Segunda Lei.

A Lei Zero da Termodinâmica, apesar do nome curioso, é essencial. Ela estabelece a base para a medição da temperatura. Em termos simples: se A está em equilíbrio térmico com B, e também com C, então B e C também estão em equilíbrio entre si. Pode parecer trivial, mas é esse princípio que justifica o uso do termômetro e a definição de temperatura como uma propriedade física confiável.

A Primeira Lei da Termodinâmica reafirma a conservação da energia. A variação da energia interna de um sistema é igual ao calor fornecido mais o trabalho realizado sobre ele. A energia não é criada nem destruída — apenas transformada, seja em calor ou trabalho.

A Terceira Lei da Termodinâmica, abordada brevemente, trata da entropia (medida da desordem). À medida que um sistema se aproxima do zero absoluto (-273,15 °C), sua entropia tende a um valor mínimo, ou até zero.

O destaque do vídeo é a Segunda Lei da Termodinâmica, apresentada em duas formulações:

  • Clausius: o calor não flui espontaneamente de um corpo frio para um quente. É preciso realizar trabalho para isso acontecer — como em um refrigerador.
  • Kelvin-Planck: é impossível construir um motor térmico que converta 100% do calor retirado de uma fonte em trabalho útil. Sempre haverá perda de calor residual.

Com diagramas desenhados à mão, o vídeo mostra que essas formulações, embora diferentes, são logicamente equivalentes.

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Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

Como funciona um aquecedor de mãos? A ciência explicada em vídeo

Os aquecedores de mãos reutilizáveis, frequentemente encontrados em formatos variados como corações, funcionam com base em princípios bem estabelecidos da físico-química. O canal Periodic Videos apresenta, em um de seus vídeos, uma explicação detalhada do mecanismo envolvido nesse processo aparentemente simples, mas cientificamente sofisticado.

O dispositivo contém uma solução aquosa supersaturada de acetato de sódio e um pequeno disco metálico em seu interior. Esta solução é obtida ao se dissolver uma quantidade elevada de acetato de sódio em água quente, acima do que seria normalmente possível em temperatura ambiente. Após o resfriamento controlado, a solução permanece no estado líquido, mas altamente instável.

A ativação do aquecedor ocorre por meio de um clique no disco metálico. Esse clique promove a liberação de uma pequena partícula — seja um fragmento metálico ou um minúsculo cristal de acetato de sódio — que atua como ponto de nucleação. A partir desse ponto, inicia-se o processo de cristalização do sal dissolvido, que se propaga rapidamente por toda a solução.

A cristalização é um processo exotérmico: à medida que os íons de sódio e acetato se organizam para formar o sólido, a energia que havia sido armazenada durante a dissolução é liberada em forma de calor. Como resultado, o pacote atinge temperaturas em torno de 50°C, sendo capaz de manter o aquecimento por aproximadamente 20 minutos.

Para reutilizar o aquecedor, é necessário submetê-lo a calor externo — geralmente em água fervente — a fim de reverter a cristalização. O fornecimento de calor dissolve novamente os cristais, restabelecendo a solução supersaturada após o resfriamento cuidadoso. Este processo de dissolução é endotérmico, ou seja, absorve calor do meio, o que também foi demonstrado no vídeo por meio de experimentos adicionais.

A chave do funcionamento desses aquecedores está, portanto, na capacidade de gerar e manter uma solução supersaturada, cuja cristalização controlada permite o armazenamento e a liberação de energia térmica de forma eficiente e reutilizável.

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Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

Vídeo explica a Primeira Lei da Termodinâmica com um exemplo simples e divertido

Você já ouviu falar na Primeira Lei da Termodinâmica? Ela também é conhecida como o princípio da conservação de energia e diz algo fundamental: a energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada ou transferida.

Para explicar essa ideia de forma fácil e divertida, o vídeo usa uma analogia clássica criada pelo físico Richard Feynman. Imagine uma criança com 28 blocos de brinquedo. Todos os dias, a mãe conta os blocos e sempre encontra os mesmos 28. Se em algum momento ela encontra menos blocos, ela não acha que eles desapareceram — ela começa a procurar: debaixo da cama, atrás do sofá, dentro da mochila. E, claro, acaba encontrando. Os blocos não se foram; eles só mudaram de lugar.

Se alguns desses blocos estiverem dentro de uma caixa fechada, a mãe pode pesar a caixa para descobrir quantos estão lá dentro. Mesmo sem ver, ela consegue calcular, e o total continua sendo 28. Esse exemplo prático ilustra bem o conceito da conservação da energia.

Assim como os blocos, a energia total em um sistema fechado permanece constante. Ela pode se apresentar como movimento, calor, som, energia elétrica ou química. Se parecer que a energia “sumiu”, é porque ainda não consideramos todas as suas formas — como o calor gerado por atrito ou a energia armazenada em uma bateria, por exemplo.

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Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.

Cristais que brilham ao quebrar

O canal NurdRage, conhecido por experiências químicas didáticas e visualmente marcantes, publicou um vídeo que destaca o fenômeno da triboluminescência — a emissão de luz causada pela fratura ou trituração de certos materiais.

No início, o apresentador retoma uma experiência anterior com cristais que emitem luz ao serem rompidos, chamados de “smash glow crystals”. O composto responsável é o trifenilfosfinabis(piridina)tiocianato de cobre(I), cuja estrutura química permite a emissão de luz azul-esverdeada durante a quebra.

Além disso, o material também apresenta fluorescência sob luz ultravioleta (UV), emitindo uma coloração semelhante à observada na trituração, o que reforça seu apelo visual e científico.

Com apoio financeiro de seus patronos no Patreon, o autor do canal sintetizou centenas de gramas do composto, viabilizando uma demonstração em escala muito maior do que a original.

O ponto alto do experimento ocorre quando uma grande quantidade dos cristais é colocada em um liquidificador, no escuro. Ao ser ligado, observa-se uma emissão intensa e intermitente de luz azul-esverdeada, causada pela trituração rápida dos cristais. É uma exibição impressionante da triboluminescência em tempo real.

O vídeo também compara com amostras menores, que produzem brilho menos intenso. Ao final da trituração, forma-se um pó fino que ainda fluoresce sob luz UV, mas não exibe mais triboluminescência, pois as partículas tornam-se pequenas demais para fraturar e gerar luz.

Em resumo, o vídeo apresenta uma demonstração impactante de um fenômeno físico-químico pouco conhecido fora do meio acadêmico, contribuindo para a divulgação científica e o encantamento com a química.

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Legenda do vídeo escrita por Luís Roberto Brudna Holzle – Professor Doutor na Universidade Federal do Pampa ( luisholzle@unipampa.edu.br ). Texto revisado com ajuda de IA.