Categoria: Geral

Ciência de garagem

garagem da hp No passado a venda de kits de química era comum, e a facilidade com que era possível obter os reagentes era algo quase inacreditável.

No entanto, em uma era de paranóia com atentados terroristas, a atividade de químicos e físicos amadores tornou-se cada vez mais desafiadora.

O físico Robert Scott Lazar é um dos que resistem na atividade da ciência amadora. E ele vai ainda mais longe mantendo uma empresa, a United Nuclear Scientific Supplies, que vende produtos e quipamentos para atividades de “ciência caseira”.

No site da United Nuclear é possível encontrar desde dicromato de amônio (usado no clássico vulcão de dicromato) até pó de óxido de zinco (usado para absorver luz ultravioleta), passando pelos perigosos (aqui está o problema) sódio, mercúrio e minerais radioativos!

Em junho de 2003 a atividade de Lazar foi alvo de uma investigação realizada por agentes federais que investigavam a venda de material que poderia ser utilizado para a produção de explosivos e fogos de artifício, que é de rígido controle nos EUA (e no Brasil também).

tio-tungstenio-capa Importantes cientistas em empresários algum dia já fizeram parte do clube dos cientistas de garagem. A lista inclui Gordon Moore, cofundador da Intel, Vint Cerf, o pai da internet, David Packard, confundador da Hewlett-Packard, Oliver Sacks, neurologista que escreveu o livro “Tio Tungstênio – Memórias de uma infância química”, sobre as suas experiências na área.

Em alguns estados americanos o cerco é apertado, no Texas é proibido comprar um erlenmeyer ou um balão de três bocas, por exemplo, sem estar registrado no Department of Public Safety e declarar que o aparato não será utilizado para sintetizar drogas.

É claro que alguns indivíduos abusaram da liberdade que existia em adquirir produtos perigosos para experiências caseiras. Entre os diversos episódios um ganha destaque, o do ´Escoteiro Radioativo´.

Do blog 100Nexos:
“Com apenas dezessete anos, David Hahn criou um reator nuclear em um barraco nos fundos da casa de sua mãe. Fascinado por ciência desde criança, Hahn quis possuir amostras de todos os elementos da tabela periódica — incluindo os radioativos.
Trabalhando em segredo, o escoteiro utilizou materiais domésticos e coletou elementos radioativos disponíveis em pequeníssimas quantidades em diversos aparelhos inócuos — indo de detectores de fumaça a relógios. Mas assim como você pode fazer uma bomba com cabeças de palitos de fósforo, também pode construir um reator nuclear para gerar elementos radioativos cada vez mais pesados a partir de quantidades menores acumuladas de muitas fontes.”

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Texto adaptado de ´Don´t try this at home´

Queimando dinheiro (ou quase)

fogo em nota de 10 reais
Ao embeber uma nota de dinheiro em uma mistura de 50ml de água e 50ml de álcool isopropílico e atear fogo, é possível se obter um efeito interessante. O álcool queima rapidamente e a nota não é danificada. Isto ocorre pois a combustão é rápida e a água absorve parte do calor impedindo que o papel do dinheiro entre em combustão.

A experiência deve ser realizada com muito cuidado.

O procedimento completo está disponível em
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/24298/O%20Super%20dinheiro.pdf?sequence=1

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Super-hidrofóbico

Vou tentar sempre anunciar aqui no blog matérias interessantes, e relacionadas com a química, que eu conseguir encontrar em revistas que estão na banca neste mês.
capa da revista
A Scientific American Brasil de setembro vêm com duas interessantes matérias para quem gosta de química.

Surpreendentes materiais autolimpantes (pag. 68)
A fantástica capacidade do lótus de repelir sujeira inspirou o desenvolvimento de tecnologias autolimpantes e antibactericidas que podem ajudar a controlar “laboratórios em chips” microfluídicos.

Decifrando para Valorizar o Paladar (pag. 84)
Por Melinda Wenner
Compostos que aumentam os sabores doces e salgados dos alimentos poderiam combater a obesidade e as doenças cardíacas.

http://sciam.uol.com.br/

Veja também
Hockey super-hidrofóbico

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

O Knol e a química


O Knol é uma nova plataforma criada pelo Google para ser uma ´enciclopédia na internet´.
Este objetivo já é suprido pela Wikipedia. Porque o Google iria criar uma ferramenta semelhante?
O Knol tem uma filosofia diferente da Wikipedia, com a possibilidade do autor ter um controle maior sobre o que escreve no site, com a possibilidade de futuras edições e acompanhamento da avaliação e sugestão dos leitores.
Para aqueles autores que não gostam de ter o seu texto alterado constantemente, como ocorre na Wikipedia, o Knol é uma excelente alternativa.

Por ser um portal novo, ainda não existe uma variedade de informações em todas as áreas da ciência.

Alguns destaques na área de química
Terras raras
[link removido]

Proteção catódica
[link removido]


OBS: O Knol foi desativado pelo google.

Até o momento são poucos os textos em português (com qualidade).

Mudando de cor com a temperatura

Que tal usar uma roupa que muda de cor com a temperatura? A utilidade parece ser mais estética, para obter um produto com um diferencial.

O termocromismo (mudança de cor com a temperatura) pode resultar em efeitos interessantes.

Para conseguir esse efeito é necessária uma combinação de duas cores: a cor do corante do tecido, que permanece constante e um corante termocrômico. Este corante é retido em microcápsulas com líquido de poucos micrometros de diâmetro (com cobertura transparente). O líquido é composto de um corante leuco (no caso é a CVL), um ácido fraco (1,2,3-benzotriazol) e um sal (CH3(CH2)7CHCH(CH2)7COOH3N(CH2)13CH3), dissolvidos em dodecanol.
O sal tende a dissociar em amina e ácido carboxílico em altas temperaturas.


Transformação entre a forma colorida e a incolor da CVL.
Em baixas temperaturas a cor do tecido é uma combinação da cor das microcápsulas com a cor do corante do tecido, enquanto que em altas temperaturas as cápsulas tornam-se incolores e a cor do tecido prevalece.

Na década de 80, a grife Hypercolor começou a produzir uma coleção de roupas com esse tipo de corante. Só que a tecnologia não estava bem desenvolvida e o produto perdia as propriedades de mudança de cor se não fosse corretamente manuseado, como por exemplo, lavando em água muito quente.

Comercial da marca.


Leia mais
Thermochromism in Commercial Products
Mary Anne White and Monique LeBlanc
Vol. 76 No. 9 September 1999 • Journal of Chemical Education

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.