Categoria: Inorgânica

Célula solar transparente

Seria um avanço muito promissor encontrar um material barato e de manufatura simples para se construir uma célula solar transparente. Um dispositivo desta natureza permitiria, por exemplo, construir uma janela que ao mesmo tempo é transparente e pode ser usada para geração de energia.

Este tipo de tecnologia demanda a existência de condutores do tipo N e do tipo P, que sejam transparentes.

Atualmente existe a possibilidade de usar óxido de índio estanho, que é transparente, para os do tipo-n. Mas existem barreiras tecnológicas para se obter um do tipo-p com as propriedades desejadas para a aplicação.

Simulações e cálculos realizados pelo Instituto Fraunhofer, na Alemanha, indicaram que o fósforo é adequado para a dopagem tipo-P para o óxido de zinco, e que o nitrogênio pode ser ainda mais promissor nesta aplicação.

Via Physorg

Nióbio – aço e motores

É mais um artigo sobre metais, como o prometido. Desta vez iremos tratar sobre nióbio (lembra até nome de país), falando em país, descobri que o nosso país (querido Brasil) é o maior produtor de nióbio.
Após esta cultura, vamos falar das suas aplicações? Talvez sua principal aplicação dentre todas seja o uso para melhorar algumas qualidades do aço (resistência, maleabilidade), mas como devem se perguntar, simples ao adicionar o nióbio ao aço (feito de ferro e carbono) forma o carboneto de nióbio, um elemento principal para melhora do aço.
Além dessa aplicação mais comum o nióbio é usado para fabricação de motores de foguetes espaciais, devido ele ter a capacidade de agüentar bastante a combustão.

niobio metalico amostra

Texto de Dison Franco

Metais e o Tungstênio

Começando nesse artigo, pretendo me dedicar aos metais, metais… Sim, quando olhamos para tabela periódica percebemos que há vários metais e a maioria não temos idéia de suas aplicações.
Para começar podemos comentar sobre o Tungstênio(W). É, este elemento de nome estranho é real, mas a maioria das pessoas não faz idéia de onde ele é aplicado, e um exemplo de aplicação no cotidiano é a lâmpada, exato a lâmpada. Aquele filamento que tem na sua mesma na sua casa é feita de W, “mas, porque?” você deve estar se perguntando. O principal motivo é bem simples, depois do carbono é o átomo que requer maior temperatura para seu ponto de fusão (3410 ºC). Isto faz com que possa se incandescer, emitir luz, e não fundir rapidamente.
lampada bulbo foto

Texto de Dison Franco

Esta mensagem se destruirá em 5 segundos

infofuse-1
(c) PNAS

“A criatividade é o poder de conectar o aparentemente desconectado.” (William Plomer)

A criatividade, presente em um artigo publicado na PNAS de março, ficou por conta de uma tira inflamável de nitrocelulose, embebida com diferentes metais alcalinos em diferentes regiões, que ao queimar emite diferentes cores.

O padrão de cores emitido na queima da tira pode ser utilizado para transmitir uma mensagem. Basta que um espectrômetro faça a leitura dos diferentes sinais durante a queima e traduza a mensagem codificada.

A equipe de pesquisadores conseguiu transmitir com sucesso a mensagem “LOOK MOM NO ELECTRICITY” utilizando apenas sais de lítio, rubídio e césio. Seria quase como transmitir uma mensagem por um daqueles clássicos teste de chama, em uma versão código-morse.

Perceba que ao queimar a tira emite chamas em diferentes cores. Esta é a mensagem codificada.
infofuse-2
(c) PNAS

As combinações de sais para gerar cores e codificar as letras, foram feitas de forma com que os casos em que se poderia ter a maior confusão de sinais, ficasse reservada para codificar letras menos comuns no alfabeto (em inglês), tais como Q, Z e X. E as de melhor qualidade para as letras mais comuns, E, T e A. Esta uma uma bela demonstração de criatividade ao se montar um experimento.

Samuel W. Thomas III, do Pearson Chemistry Laboratory, enquadra a ideia como sendo ´infoquímica´ (infochemistry), uma intersecção entre a informação e a química. “Células se comunicam usando sinais químicos, e nós estamos interessados em conectar um tipo de comunicação química e a comunicação digital na qual nossa infraestrutura tecnológica está baseada”, afirma ele.


Thomas, S., Chiechi, R., LaFratta, C., Webb, M., Lee, A., Wiley, B., Zakin, M., Walt, D., & Whitesides, G. (2009). From the Cover: Infochemistry and infofuses for the chemical storage and transmission of coded information Proceedings of the National Academy of Sciences, 106 (23), 9147-9150 DOI: 10.1073/pnas.0902476106

O curioso mecanocromismo

mecanocromismo efeito
Mecanocromismo é o fenômeno de mudança de cor que ocorre ao se raspar ou pressionar uma amostra sólida, e com posterior reversão ao estado inicial pelo tratamento, como por exemplo, aquecimento ou recristalização.

Ainda mais incomum é encontrar um composto que apresente luminescência mecanocrômica. Isto foi conseguido por uma equipe de pesquisadores japoneses da Hokkaido UniVersity, com resultado publicado no Journal of the American Chemical Society, em julho de 2008. Tais propriedades foram observadas no composto [(C6F5Au)2(μ-1,4-diisocianobenzeno)].

Análises revelram que as propriedades mecanocrômicas estão relacionadas provavelmente ao arranjo molecular, em vez de mudanças na estrutura molecular do complexo de Au(I) no estado sólido.

Ao se raspar a amostra azulada sob luz ultra violeta uma cor amarelo luminescente surge. Isto, no entanto, não pode ser visualizado em luz normal. A cor azulada pode ser recuperada com a adição e posterior evaporação de diclorometano, por exemplo. O processo pode ser repetido diversas vezes.

Reversible Mechanochromic Luminescence of
[(C6F5Au)2(μ-1,4-Diisocyanobenzene)]

Hajime Ito, Tomohisa Saito, Naoya Oshima, Noboru Kitamura, Shoji Ishizaka, Yukio Hinatsu, Makoto Wakeshima, Masako Kato, Kiyoshi Tsuge and Masaya Sawamura
https://dx.doi.org/10.1021/ja8019356

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Microtubos em tempo real

Leroy Cronin e colegas de pesquisa da University of Glasgow encontraram um modo de formar microtubos, de tamanho e forma controlados, com a adição em água de cristais de polioxometalanos (POMs) aniônicos insolúveis em água e cátions orgânicos (fenantridinio poliaromático [polyaromatic phenanthridinium]).
A equipe encontrou modos de controlar o diâmetro e forma dos microtubos. A mudança na concentração do cátion aromático permite um controle do diâmetro, na qual um crescimento da concentração diminui o diâmetro. E a forma e direção de crescimento pode ser controlada com aplicação e variação de um campo elétrico. Esse controle pode ser feito quase da mesma forma que se estivesse brincando em um daqueles Etch-a-sketch (lousa mágica).
lousa magica etch sketc

Um dos possíveis usos desta técnica de crescimento de microtubos é na tecnologia de microfluídos, com a possibilidade de construir complicados sistemas de fluxo de fluídos.

Os POMs são muito ativos eletronicamente e são usados para diversos propósitos, em especial, na catálise e eletroquímica. Inclusive o grupo de pesquisas já realizou trabalhos neste assunto e planeja publicar os resultados em breve. Isto fica ainda mais interessante pois a técnica parece funcionar para diversos tipos de POMs, unicamente controlando a solubilidade dos mesmos.

O impressionante é perceber a velocidade com que os microtubos crescem e a capacidade de acompanhar o crescimento com uma riqueza de detalhes. O vídeo é em tempo real.

Spontaneous assembly and real-time growth of micrometre-scale tubular structures from polyoxometalate-based inorganic solids
Chris Ritchie, Geoffrey J. T. Cooper, Yu-Fei Song, Carsten Streb, Huabing Yin, Alexis D. C. Parenty, Donald A. MacLaren & Leroy Cronin
Nature Chemistry
https://dx.doi.org/10.1038/nchem.113

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.