Tag: lendas

Refrigerante que (não) brilha no escuro

Desde 2007 circula na internet um boato de uma receita para fazer com que um refrigerante brilhe no escuro.
A receita original incluía o refrigerante Mountain Dew, água oxigenada (H2O2) e bicarbonato de sódio (NaHCO3).

O vídeo com a receita original:
(atualização em 2020: o vídeo não existe mais)
.

A receita é falsa. Não funciona.

Talvez não podemos simplesmente descartar a possibilidade do vídeo ser verdadeiro. É necessário avaliar a validade do produto, a temperatura em que o experimento foi realizado. É preciso também lembrar que no Brasil não existe esta marca de refrigerante, e não podemos reproduzir o teste com fidelidade. Pela internet é possível verificar que algumas pessoas tentaram substituir por Sprite – sem sucesso.

A equipe no Snopes, um site famoso por desmascarar fraudes, reproduziu o experimento e não conseguiu nenhum brilho.

(atualização em 2020: o vídeo não existe mais)

Informações pesquisadas por Dison Franco.

texto participante da blogagem coletiva luminosa

Bolas de água

Um alerta.
Na internet está circulando um vídeo falso com explicações de como fazer esferas de água.
A receita incluiria acetato de sódio, bicarbonato de sódio…
Mas os ingredientes são só para enganar. Não existe formação de bolinhas na água com a receita passada pelo vídeo.

Veja o vídeo

Quem inventou a história provavelmente utilizou gel para colocar em vasos de plantas.
Em floriculturas é possível encontrar esse gel em formato de bolinhas. O material é uma poliacrilamida (informado na embalagem) que absorve bastante água.
Fiz algumas fotos do gel da floricultura. Perceba que as bolinhas são as mesmas (existem versões coloridas).
gel flores

gel poliacrilamida

gel floricultura

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Cervejas e pilhas no Mythbusters


No episódio 29 da terceira temporada os Caçadores de Mitos (Mythbusters) testeram qual é o método mais rápido para se gelar cerveja e, ainda, se uma antiga pilha seria mesmo viável em seu uso.

No teste da cerveja os resultados foram interessantes. Um mito afirma que seria possível gelar cerveja enterrando uma lata na areia, jogando gasolina sobre a areia e depois atear fogo.
O programa provou que esta estranha idéia não funciona. Para complementar os testes eles verificaram qual método seria mais rápido para gelar a cerveja:
– com um extintor de incêndio de CO2 (3,5 minutos)
– na geladeira (mais de 40 minutos)
– no freezer (25 minutos)
– em uma mistura de água e gelo (15 minutos)
– em uma mitura de água, gelo e sal (5 minutos)

O extintor foi o mais rápido, seguido da mistura de água, gelo e sal. O extintor resfria porque ao ser acionado a temperatura do CO2 cai bastante, devido a forte expansão do gás. Mas não é um método muito barato, você vai descarregar quase um extintor inteiro para gelar apenas algumas latas de cerveja. Já a mistura com sal resfria mais por causa do abaixamento de temperatura que se consegue com o sal (comum, de cozinha), isso é conhecido como efeito crioscópico.

O outro mito testado foi o da construção da pilha antiga. Existe um achado arqueológico, em 1936, que sugere que as pilhas já poderiam existir a centenas de anos antes de Cristo. Pela peça encontrada provavelmente estas baterias seriam construídas dentro de um jarro de terracota usando como eletrodos um pedaço de ferro e outro de cobre, e como eletrólito algum ácido comum na época, como por exemplo suco de frutas, vinagre…
Os testes de construção feitos no programa indicam que é possível se obter uma boa tensão com a ligação de diversas dessas baterias em conjunto. Foi até possível obter a galvanização de uma peça com a corrente fornecida. Os testes indicaram também que o conjunto poderia ser utilizado em algum tipo de acupuntura ou ritual religioso.

Leia mais sobre a pilha primitiva em
https://en.wikipedia.org/wiki/Baghdad_Battery

Mais sobre este episódio do Mythbusters em
https://en.wikipedia.org/wiki/Mythbusters_season_3#Episode_29_.E2.80.94_.22Cooling_a_Six_pack.22

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Enganando o bafômetro – Lenda urbana


Encontrei na comunidade ´Professores(as) de Química´ no Orkut uma mensagem (enviada por Luis Pereira) que indicaria como se enganar os bafômetros. [Ps: observação importante. A mensagem circula pela internet, a comunidade no Orkut não está promovendo a desinformação. Apenas alertaram sobre o problema]
A mensagem que circula pela internet é totalmente falsa. Não existe nenhuma veracidade científica no que é proposto. Ou seja, não funciona.

A mensagem:

Meu nome é Bruno Barreto Alvez sou formado em Química pela PUC de
Campinas e vou deixar uma dica para escapar do teste do bafometro desde
que você não esteje muito bêbado e não consiga seguir as dicas abaixo:
1) No final da balada seja no bar ou em aguma festa antes de sair peça ao garçom um copo descartavel com COCAL COLA com bastante gelo.
3) Chegou na BLITZ maior comandão (pare o carro com calma afinal voce não
esta tão bebado) tome um gole bom de COCA COLA garantindo que as pedras de
gelo menores fiquem em sua boca.
5) Finalmente o Bafômetro sopre devagar e no mesmo ritimo, mesmo que você
tenha tomado um monte mas se sente legal o teste vai dar negativo ou
abaixo dos 0,02 mg/l de sangue.
Isto acontece pelo fato de o Hidrogenio liberado pelo gelo anular a maior
parte da associação do alcool no ar do seu pulmão, esta dica é velha e foi
descoberta por estudantes de Quimica Americanos que tiveram que enfrentar
o mesmo tipo de punição nos anos 70 e 80. Agora no EUA não se usa mais o
bafometro e sim o teste da faixa que ai não tem estudante, professor, PHD
que de jeito.
A COCA COLA para que serve? poxa você não vai querer ser parado com um
copo de WISKY com gelo então bota qualquer refrigerante menos agua pois demora mais para retirar o Hidrogenio do gelo.
Ps: Em Campinas ja passamos por 03 blitz usando este método, e lembrando
que esta dica não adianta no caso de amostra de sangue.

Provavelmente este suposto formado em química é um personagem inventado.
O programa ´Mythbusters – Caçadores de Mitos” demonstrou, no episódio 6 da primeira temporada, que não existe nenhum método caseiro para se enganar o bafômetro.
Perceba também que a lenda comenta em ´hidrogênio liberado pelo gêlo´. Não existe tal liberação de hidrogênio.

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.